Erros em sistemas informatizados de prescrição

Os erros de prescrição são amplamente conhecidos e podem ser relacionados, entre outros fatores, à seleção errada do medicamento, da dose, da frequência, da concentração, da duração do tratamento, da forma farmacêutica e ao paciente errado. Entre esses, os erros mais frequentes são: dose errada (40%), duração do tratamento errada (21%), posologia incorretas (19%) e forma farmacêutica errada (11%).

Antes da implantação de sistemas de prescrição eletrônica, grande parte desses erros era associada a caligrafia ilegível nas prescrições. Entretanto, com o uso dessa tecnologia, observou-se uma diminuição da ocorrência de muitos erros e o aparecimento de outros erros que não existiam com o uso da prescrição manuscrita. Estudos indicam que os erros de prescrição podem variar amplamente – entre 5% a 81% das prescrições. Parte desses erros é creditada a falhas dos sistemas de prescrição, no entanto, se deve a fatores humanos, como cansaço, seleção errada do medicamento, introdução de informação errada sobre o paciente no sistema, entre outros.

Com bases em informações coletadas na literatura, com especialistas em segurança do paciente e com o ISMP EUA, foi divulgado recentemente no Medscape um artigo que reúne erros potencialmente graves que ocorrem na prescrição de medicamentos, incluindo aqueles que foram introduzidos após a implantação de sistemas informatizados de prescrição e que não existiam com a prescrição manuscrita.

Exemplos de erros de prescrição potencialmente graves identificados:

Ex.: sistema oferece opção de autopreenchimento do nome do medicamento após digitação das primeiras letras levando a seleção do medicamento errado; confusão ao selecionar o medicamento na lista padronizada (menu suspenso ou drop-down); troca ao selecionar medicamentos com nomes semelhantes que não usam escrita diferenciada (Leia mais).

Ex.: prescrição de medicamentos de liberação prolongada com posologia da formulação de liberação imediata

O ISMP Brasil recomenda a leitura crítica desse artigo: “Seven (Potentially) Deadly Prescribing Errors”.

por Raissa Carolina Fonseca Cândido